terça-feira, 30 de agosto de 2011

Frações (por completo)

Uma migalha...
Uma folha que vai...
Fim da linha, último golpe...
A toalha que cai...
Do outro lado da trincheira...
O inimigo sempre espera...
A bomba certeira...
Que só explode do lado de cá...

É como um quebra cabeça...
Eu nunca encontro a última peça...
Onde eu sei, qual é a primeira...
Mas não consigo começar...
Minha vida é um espelho que cai, uma rede atirada no mar...

Sempre perco as palavras...Sempre deixo minhas tralhas jogadas em algum lugar...

Será que há vida em Marte???
Será a morte uma arte???
Ou será que faz parte, acreditar no impossível pro tempo passar...
Pouco a vontade ou de joelhos...
Eu não me sinto culpado...
Por me trancar no banheiro...
Me amando, suando, pálido...
Me dissolvendo em desejos banais...
Me entorpecendo com doses mortais...

Não trago mapas...Não leio as placas que indicam onde eu quero chegar...

É como um quebra cabeças...
Cartas marcadas jogadas a mesa...
Filosofia e poesia mineira...
Conversa fora jogada num bar...

Talvez seja o dia da caça...
Mas eu dispenso contato...
Já estou cansado das regras...
Fazer o que querem que eu faço...
De dar presentes em datas marcadas...
Fingir pra todos que acredito em fadas...

Não deixo pistas... E até duvido que alguém consiga me acompanhar...

Nem pensar.......

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Marina...

Marina teve outra crise...
E ainda quer que cicatrize as marcas...
Que ela mesmo fez...
Sozinha no seu quarto, ela sonhava em ter um barco...
Que a levasse para uma ilha...
Só Marina e sua filha...

Me desamarrem da cama...
Alguém diga que me ama...
Alguém...Alguém me livre deste mal...

Acordar com os olhos cheio d'água...
Na boca os vestígios de uma noite embriagada...
Sem cigarros... (não)
Ela não pode fazer nada...

Ela se arrasta do seu quarto até a sala...
Mas se perde no caminho entre o sofá e a TV...
E se perde e se acha mil vezes...
Pra tentar se esconder...

Marina agora é só um nada...
Um grande saco, cheio de nada...
Sem rumo, sem ilha, sem filha...
Deitada na cama, se embriagando de dia...

Cortando seus pulsos pra pensar melhor...
Dormindo e acordando cada vez pior...
E as marcas???
Marina...Quiz assim...

Marina tinha sonhos...
Que o barco levou desta ilha...
seus sonhos seu rumo sua filha...
Ela ficou sozinha...


Marina agora é só um nada...
Um grande saco, cheio de nada...
Sem rumo, sem ilha, sem filha...
Deitada na cama, se embriagando de dia...

Cortando seus pulsos pra pensar melhor...
Dormindo e acordando cada vez pior...
E as marcas???
Foi só Marina quem fez...

sábado, 27 de agosto de 2011

Com o nascimento da minha filha veio esta canção (Luiza)

Seus olhos, pureza de alma e coação...
Pequenos passos, andando em qualquer direção...
Olha pra mim, por favor me dê a mão...
E fique aqui...

Chegou, iluminando meu viver...
Seu sorriso, exterminando meu sofrer...
Pequena, me ensinando a crescer...
Então eu vou contigo...

No céu, voar ao toque de suas mãos...
Correr, sem medo e sem direção...
Saltar, sem medo ouvir o coração...
E eu vou contigo, sem medo do perigo....

Nunca deixe que te digam que você não vai dar certo...
Acredite após o primeiro passa esta tão perto...

Do céu... Voar ao toque...

Tempo

Não leve a mau...
Agora não dá pra explicar...
Eu quero um tempo pra pensar...

Apocalipse now...
As minhas torres vão desabar agora...
Respie funda e vá em frente...

Vou dar um tempo...
Parar pensar e agir...
Segundo tempo...
Quem sabe no fim sai um gol...
O tempo...
Agora é crucial...

Ontem, eu estava bem...
Antes eu não sabia de ninguém...
Ontem, eu estava bem...
Antes, de perceber quem era quem...

Não leve a mau...
Mas eu preciso respirar...
Sair do alcance, do radar...
Erro fatal...
Ir contra a correnteza sem saber nadar e agora...
Eu quero um pouco de oxigênio...

Eu sei que o tempo...
Exige calma mas eu ando contra...
O tempo...
Quer paz e guerra, odor, incenso...
O tempo...
Agora é crucial...


Ontem, eu estava bem...
Antes eu não sabia de ninguém...
Ontem, eu estava bem...
Antes, de perceber quem era quem...

Porão... (dedico a minha mãe, minha irmã, meu grande amigo Fernando, companheiro de viradas de ano novo em cima de uma bike)

Uma flor sofrida no jardim da vida foi arrancada...
As pressas por alguém que estava amando...
E em um segundo a tarde ficou cinza...
Como a praça perto de onde eu moro...

A juventude hoje já não tem mais alegria...
Em brincar pelas ruas de pique...
E jogar bola pelas ruas vazias...
Ou apenas se sentar com os amigos vendo o Sol se por...

Agora tudo é passageiro, a vida é curta e dura um mês inteiro...
E a Tia ganancia e a prima arrogância nos visitam em 1° de Janeiro...

E o que é o amanhã???
Se insisto em ser Peter Pan...
Mas os piratas estupraram minha Wendy...
É eu sei você não compreende...

Queo voltar aos tempos em que percorria...
Com minha mãe e minha imã na ciclovia...
Imaginando que as montanhas eram de sorvete...
E as nuvens cobertura de baunilha...

Aonde está minha fantasia de Capitão???
O Fernando está gritando feito um louco no portão...
Vamos andar de bicicleta e observar o povo...
Fazendo festa na virada de ano novo...

A juventude já não tem mais alegria...
A juventude agora é fraca pobre e fria...

Na verdade...

Não me leve a mau, mas eu não estou legal, preciso dar um tempo...
Não é nada com você, nem eu sei bem o que, mas queo dar um tempo...
Não me leve a mau, mas eu não estou legal, tô meio sem saída...
Só quero respirar, sem ninguém pra meter o dedo na minha vida...

Eu vou fugir das suas grades...
Da sua sala de troféus...
Eu vou jogar um balde d'agua nos seu planos de papel...

Não me leve a mau, mas eu não estou legal, não quero andar contigo...
Eu quero respirar sozinho o meu ar, no campo inimigo...
Não sei se vai ser bom ou se vai ser ruim, eu já não sei de nada...
Mas se eu devo seguir, eu quero decidir, sozinho camarada...


Eu vou fugir das suas grades...
Da sua sala de troféus...
Eu vou jogar um balde d'agua nos seu planos de papel...

Anestesia... (recortes de jornal)

Jaqueline está trancada no seu quarto enquanto chora...
Inventa amigos invisíveis não os deixa ir embora...
Se entope em livros...

Com uma corda no pescoço Jaqueline se enforca...
Deixa só um papél escrito já chegou a minha hora...
Para os amigos...
Suas palavras não consolam a menina Gabriela...
Que namorava Jaqueline e queria morar com ela...
Talvez um dia...
Com uma navalha no banheiro Gabriela corta os pulsos...
Seu sangue escoa pelo ralo e ela morre em alguns segundos...
Na noite fria...

Parece filme mas é tão real... (parece filme, mas é tão real)
É estranho a ficção ser tão normal...
Parece filme mas é tão normal... (parece filme, mas é tão normal)
É estranho a ficção ser tão real...

Luciene e o namorado estão transando no terreiro...
É sempre assim todos os dias já faz quase um ano e meio...
Virou rotina...
Ela não via que seu pai observava o tempo inteiro...
Foram dois tiros e dois corpos nus caindo no terreiro...
Morreram juntos...

Leonardo enche a cara de White Horse  e gelo...
É claro que ele não podia dirigir daquele jeito...
Mas ele arrisca...
A gente sempre arrisca...
Na auto estrada ele não viu um poste do lado direito...
Morreu embriagado enquanto o álcool fazia efeito...
É anestesia...


Parece filme mas é tão real... (parece filme, mas é tão real)
É estranho a ficção ser tão normal...
Parece filme mas é tão normal... (parece filme, mas é tão normal)
É estranho a ficção ser tão real...